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Quando um oficial da NASA disse que os dados coletados na semana passada de um instrumento do Curiosity Mars Rover sugeriam algo "para os livros de história", muitas pessoas pensaram que era um anúncio iminente de a possível descoberta de vida no planeta vermelho - até a agência espacial começou a seriamente recuar na história.
Pode ser um caso de uma vez mordido, duas vezes tímido. A NASA já passou por isso antes - já introduziu a semente de anúncios aguardados de forma fortemente sensacionalistas, que só decepcionaram no final.
O entusiasmo atual começou quando na missão do Curiosity o cientista John Grotzninger começou a receber os dados em seu computador do laboratório de química a bordo do robô, enquanto estava na presença de um repórter da Rádio Pública Nacional.
O instrumento conhecido como Sam, faz análises de amostras em Marte e vem analisando uma amostra de solo marciano.
"Esses dados vão entrar para os livros de história. Eles são realmente bons", disse a NPR Grotzinger.
Grotzinger, e não quis revelar mais nada, dizendo que poderia ser várias semanas, enquanto os cientistas da NASA repassassem os dados para se certificar de que não foi uma falha ou algo da terra contaminando a amostra instrumento.
Ainda assim, muita gente pensou "para os livros de história" só poderia significar que SAM tinha encontrado algo que sugerisse evidências de vida em Marte em algum ponto.
SAM é na verdade projetado para procurar moléculas orgânicas e, enquanto moléculas orgânicas seria importante, não é a mesma coisa que "a vida em Marte." A NASA rapidamente começou a falar minimização de uma grande descoberta.
"Não vai sacudir a Terra mas vai ser interessante", disse o porta-voz Guy Webster, do Jet Propulsion Laboratory da NASA em Pasadena, Califórnia.
A cautela da NASA é compreensível, já tendo passado por isso antes.
Em 2010, pesquisadores liderados pelo então astrobióloga da NASA Felisa Wolfe-Simon disse que tinha descoberto uma forma de "vida extraterrestre" aqui mesmo na Terra, uma bactéria encontrada em um lago da Califórnia cujo DNA continha arsênico - altamente tóxico - em vez de fósforo.
Anunciado com muita publicidade e fanfarra em uma entrevista coletiva da Nasa, os astrobiólogos ficaram intrigados, pois já tinham especulado anteriormente que vida extraterrestre poderia sobreviver em ambientes inesperados e extremos se fosse baseada em outra coisa que não de fósforo ou de carbono - algo como arsênico.
Mas o achado foi controverso, e outros pesquisadores logo disseram que estavam tendo problemas para duplicar os resultados que Wolfe-Simon disse que tinha descoberto no lago Mono da Califórnia.
Depois de muitos estudos, o consenso foi enquanto que a bactéria que cresce na realidade, nas condições descritas no estudo de 2010, não foi baseada em arsênico.
Embora incorporasse arsênico em seu DNA, por razões ainda não totalmente compreendidas, ele ainda precisava de fósforo para crescer - quantidades muito pequenas de que, com certeza - mas ainda possuia uma base em fósforo e, portanto, uma forma de vida terrestre.
Os estudos deixaram astrobiólogos desapontados e deixou a NASA com a cara no chão por ter feito menção a formas "alienígenas de vida" de forma pública quando anunciou a pesquisa original de Wolfe-Simons.
É provável que tenha refreado as especulações sobre a descoberta do Curiosity Mars para evitar a repetição do constrangimento.
A NASA diz agora que vai fazer a repetição dos teste para confirmar de forma conclusiva as ainda secretas descobertas - o que eles são - e não oficialmente liberá-los até dezembro, na próxima reunião da União Geofísica Americana, marcada para o período de 03 a 07 de dezembro em San Francisco.
"A Terra não vai tremer", a NASA nos lembra - é apenas "interessante".
fonte: SpaceDaily
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