Milhares de círculos vêm intrigando moradores
dos campos de planície ao sul da África e também cientistas ao longo de
décadas. Conhecidos como "círculos de fadas", estes anéis sobre a
terra variam de dois metros a 15 metros de diâmetro e podem ser encontrados na
Namíbia, Angola e na África do Sul. Os relatos sobre estes círculos tiveram
início a partir de 1971, mas até o momento não há uma explicação conclusiva
sobre eles. Estas marcas estão em um lugar inóspito do nosso planeta, em que a
vila mais próxima fica a cem quilômetros.
Alguns moradores atribuem sua
existência a lendas de dragões, que viveriam sob a terra e cujo hálito
escaldante estaria formando estes círculos quase perfeitos. Contudo, outras
hipóteses mais terrenas sugerem que as formações seriam obra de formigas,
cupins, solo radioativo ou toxinas de uma planta endêmica venenosa, chamada
Damara euphorbia.
Entretanto, o pesquisador e
professor de biologia alemão Norbert Juergens, da Universidade de Hamburgo,
sugeriu que o fenômeno intrigante seria resultado de uma engenharia sofisticada
do cupim Psammotermes allocerus. Eles foram encontrados em 80% a 100% dos
círculos. O estudo foi publicado na Science.
De acordo com o pesquisador, os
cupins fazem os círculos para se alimentarem da vegetação ao redor. Primeiro,
eles cavam o solo para criar o anel. A partir daí, surge uma área estéril, que
permite que a água se infiltre no solo arenoso. Isso cria condições para que a
grama cresça ao redor do círculo por causa da água subterrânea armazenada. À
medida que o cupim se alimenta, vai aumentando o tamanho do círculo.
A hipótese, contudo, foi
questionada por outro pesquisador, o biólogo Walter R. Tschinkel, da
Universidade da Estadual da Flórida. Ele disse que houve um erro científico do
seu colega alemão ao estabelecer uma relação entre efeito e causa por meio da
atividade dos cupins. Tschinkel alegou que não encontrou os cupins no local. A
discussão continuou com Juergens respondendo que Tschinkel havia procurado
"os cupins errados”, pois os cupins de areia são diferentes de cupins
comuns e vivem nas profundezas do círculo. Enquanto a discussão científica
segue, o fato é que ainda não há uma certeza sobre o que realmente estaria
provocando este curioso fenômeno ao longo das décadas.
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