Nova nave da NASA relembra tempos da Apolo



O voo inaugural da nave Órion teve um sabor de revival, de retorno aos "bons tempos". [Imagem: NASA]

Bons tempos espaciais

A NASA afirmou ter dado um passo rumo à exploração de Marte ao colocar em órbita pela primeira vez sua cápsula Órion, uma versão modernizada das naves da missão Apolo.

A nave em formato de cone tem 3,3 metros de altura e 5 metros de diâmetro, e pode acomodar até seis astronautas por 21 dias.

Ao contrário dos ônibus espaciais, da nave não-tripulada X-37B e mesmo de uma futura versão da nave experimental europeia IXV, que pousam em aeroportos, a Órion reviveu as imagens históricas dos anos 1960 com seus pára-quedas gigantescos levando-a a um desajeitado mergulho no Oceano Pacífico.

"Nós tivemos algumas pessoas da Apolo que nos ajudaram," confessou Jeff Angermeier, gerente de recuperação da missão. "Nós pedimos sua orientação sobre como eles fizeram as coisas durante a [missão] Apolo, e um cavalheiro esteve conosco nos treinamentos e acredito que ele esteja também no navio com a gente neste momento.

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Da mesma forma que a SpaceX, a Orion utiliza um painel de instrumentos simplificado, mas ainda assim conservador, com um bom número de botões e sem touchscreen.

Um dos principais objetivos do voo inaugural era testar o escudo térmico da nave, igualmente uma versão adaptada do mesmo material que protegeu as naves Apolo. Durante a reentrada, a nave que retorna de uma missão mais distante aproxima-se da atmosfera a velocidades acima de 32.000 km/h, o que gera temperaturas de 2.200º C na superfície externa do escudo de proteção.

Radiação e foguete

Durante o teste não tripulado, a nave atingiu uma órbita de 5.800 km de altitude, a mais elevada desde as missões à Lua e 15 vezes mais distante da Terra do que a Estação Espacial Internacional.

Isto permitiu que a nave cruzasse duas vezes os cinturões de Van Allen e o recém-descoberto "escudo invisível" contra radiação cósmica, para efetuar testes do sistema de proteção à radiação da Órion.



A nave foi impulsionada por um foguete Delta IV, que também poderá carregá-la durante os primeiros testes tripulados. Mas as missões futuras, ao redor da Lua, em busca de asteroides e mesmo rumo a Marte, deverão ser impulsionadas pelo SLS (Space Launch System), que a NASA está construindo e planeja testar em 2018 - enquanto o Delta IV produz 900.000 kg de empuxo, o SLS deverá produzir 3.800.000 kg.



Ainda sem garantias do que será feito a seguir, contudo, o administrador da NASA, o ex-astronauta Charles Bolden, foi evasivo: "Eu não quero que as pessoas fiquem focadas no destino. Isto é uma jornada."

Uma jornada longa também por terra: depois de recuperada por um navio no Oceano Pacífico, a nave Órion foi levada até um porto em San Diego e, de lá, está atravessando o país de caminhão, até a Flórida, de volta às oficinas - a NASA prevê que ela chegue antes do Natal.



FONTE: SITE INOVAÇÃO TECNOLOGICA

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