Mapa da Federação Russa, Primorsky Krai é destacado na cor vermelha.
Por Natália P. Dyákonova de Moscou/Rússia para o site Via Fanzine.
Exatamente 30 anos atrás, no Extremo Oriente da União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) ocorreu a queda de um objeto desconhecido, sendo este episódio chamado por alguns de "Roswell russo". Uma característica notável deste caso é que chegou a ser o primeiro fato da queda de um OVNI, reconhecido oficialmente e estudado em vários institutos de pesquisa científica da então União Soviética.
Local do evento
Primorsky Krai, ou Primorye, é um dos rincões à beira-mar mais bonitos da Rússia. Sua natureza é incrível e diversificada, desde as areias douradas da costa do mar até as fantásticas corredeiras dos rios montanheses e a grandeza da taiga (floresta boreal) com muitos séculos de idade. A região guarda muitos mistérios, antigos e modernos. Um deles está relacionado com Dalnegorsk, pequena cidade com uma população de aproximadamente 36 mil pessoas. É uma cidade de mineiros, petardeiros, geólogos, químicos e enriquecedores de minérios, sendo um dos mais antigos centros russos da indústria mineradora no Extremo Oriente do país.
Dalnegorsk foi fundada em 1897, como assentamento de mineiros ao lado de jazidas de minérios de chumbo e zinco, sendo elevada à categoria de cidade apenas em 1989. O aproveitamento da área teve início no século XIX, com o renomado empresário russo Yuly Briner (seu neto mais tarde se tornou o famoso ator hollywoodiano Yul Brynner), um dos descobridores das jazidas de minérios e fundador das empresas mineradoras, que até o presente constituem a base da economia local.
Detalhe panorâmico da cidade de Dalnergorsk.
Dalnegorsk está situada no vale de rio Rúdnaya (“Rio de Minério'), encontrando-se 'espremida' pelos lados por montes cobertos de densas florestas latifoliadas. Esses dois detalhes geográficos provavelmente constituem a principal atração da cidade, podendo ser vistos a partir de qualquer rua da cidade, ora nos subúrbios, ora no centro. Mesmo desde o centro da cidade é suficiente ultrapassar apenas algumas centenas de metros para chegar ao sopé dos montes. São baixos, de aproximadamente 900 metros de altura, mas muito antigos, possuem
A pequena cidade de Dalnegorsk ganhou muita fama pelo evento acontecido faz 30 anos, mais precisamente em um de seus montes, tornando-se então a capital ufológica de Primorye.
Mapa da região de Primorsky Krai, Federação Russa.
Dalnegorsk aparece em destaque.
"Altura 611"
Quarta-feira, 29 de janeiro 1986, no meio da semana de trabalho. Noite gelada sem vento, 23 graus negativos. Não há nuvens. As pessoas voltam do trabalho ou já estão descansando após a jornada laboral, crianças jogam hóquei no campo de esportes, a escuridão costumeira do inverno caiu sobre as ruas.
Vista noturna de Dalnegorsk. Assim estava também na noite de 29 de janeiro de 1986.
De repente, centenas de moradores locais testemunharam um fenômeno incomum. Às 20h55 apareceu no céu um avermelhado objeto luminoso, cujo tamanho era metade do disco da Lua cheia. Não se ouvia som do objeto voador. Este se movia a baixa velocidade, entre 55 a 60 quilômetros por hora (o que é muito pouco para os fragmentos de meteoritos em queda, pedaços de mísseis, lixo espacial etc.). Estava voando paralelo ao chão a uma altura de 600-700 metros. Dois grupos de estudantes escolares observaram o objeto a partir de diferentes pontos de observação e viram como a “bola” lentamente se levantava e caia várias vezes. Tal comportamento parecia paradoxal para objetos naturais e tecnológicos conhecidos, e por algum tempo acreditou-se que os estudantes estivessem equivocados.
No local chamado "Izvestkóvaya", mais conhecido como "altura 611", o objeto mudou radicalmente a trajetória e caiu no chão em um ângulo de 60-70 graus.
A testemunha Evgueny Serebrov, naquele tempo aluno de quinto ano, atualmente candidato de ciências físicas e matemáticas (primeiro grau acadêmico de pós-graduação na Rússia), afirmou: "A bola estava voando em paralelo ao chão, subindo e descendo várias vezes perante os nossos olhos. Não tinha cauda, nem rabeira. Nem tão pouco ocorreu uma explosão, apenas um golpe forte. Posteriormente, os cientistas vindos a Dalnegorsk desde Vladivostok e Khabarovsk, calcularam, usando um cronômetro, que a velocidade de queda foi de 15 m/s, não podendo se comparar de modo algum à velocidade de meteoritos em queda. Para nós, meninos, os homens de ciência então disseram que estávamos errados: de acordo com eles, um meteorito ou fragmento do foguete não podia voar assim (...)".
A testemunha Vladímir Kondakov, mecânico, declarou: "A ‘bola’ estava voando baixo, e parecia como se fosse derrubar uma parte da chaminé da fábrica "Dalpolimetall". Era redonda, sem saliências ou cavidades. Parecia ser feita de metal e a cor assemelhava-se ao aço inox levemente incandescido. Eu pensei que se tratava de algum tipo de projétil militar. Não ouvi quaisquer sons. Vi como ela caiu sobre a altura [611], e tampouco ouvi sons da queda. Neste local a terra se incendiou (...)".
Serguei Olkhovói, na época, estudante, contou: "Eu vi uma bola de cor vermelha. Não houve sons durante o voo da ‘bola’, nem faíscas ou rastro de fumaça. Voava paralelamente, em linha reta, sem quaisquer ziguezagues. Eu corri com Sasha Sinitsky para a minha casa. Chegando até a entrada, vimos, como a ‘bola’ começou a cair, atingiu o topo da montanha, saltou baixo e caiu. Houve um flashe. Depois, por longo tempo ficou queimando no lugar da queda".
E assim, lembra-se daquela noite outro estudante: "No inverno de 1986 fomos com os rapazes para o estádio ‘Stroítel’ [Construtor]. Patins, hóquei até o anoitecer... Então, o nosso goleiro gritou: ‘A lua está caindo!’. Eu olho e vejo que realmente estava caindo! Logo vimos que não era a lua, mas uma formidável bola alaranjada brilhante, parecida com uma laranja. Passou voando rapidamente perto da torre de televisão, através do banco estatal, o estádio e a estação de ônibus em direção aos montes. Não houve qualquer ruído de turbinas a jato, por sinal, nada... Foi assim de mansinho. E logo, [ocorreu] um brilhante flashe no monte, de cor ultravioleta fluorescente. Era como se uma dezena de soldadores ligassem seus aparelhos. E nenhum som de explosão ou impacto. Nós tiramos os tacos de hóquei, olhavamos até ferir os olhos para ver o que aconteceria depois. Na manhã seguinte eu tinha uma intensa dor nos olhos".
Dia 29 de janeiro de 1986. Imagem reconstituída pelo grupo de pesquisadores
“Kosmopóisk” a partir das descrições de testemunhas oculares.
Muitas testemunhas comparavam a queima no local da queda da bola com solda elétrica ou curto-circuito em linhas de energia. Segundo declarações de membros do Ministério do Interior, a queima em cima do monte durou cerca de uma hora e meia, embora fosse uma área plana e, exceto por um pequeno toco, não havia nada para se queimar; mas nem um toco ardente poderia dar uma luminescência tão brilhante.
O monte chamado de "Altura 611".
Durante alguns dias os residentes de Dalnegorsk olharam com interesse através de binóculos para a "altura 611", sobre a qual foi possível observar uma mancha escura. Ir até lá no inverno é bastante difícil por causa da neve, por isso, voluntários não apareceram imediatamente.
Em 2 de fevereiro subiram ao monte alguns estudantes e dois adultos. Não encontraram quaisquer destroços, apenas uma pequena depressão no solo, o toco carbonizado e alguns galhos quebrados. Nas pedras também havia pequenas gotas de uma substância desconhecida, o grupo recolheu-as, levando para o museu etnográfico regional, então encabeçado pelo biólogo Valery Dvuzhílny. Este foi um ponto marcante na vida desse cientista, pois a partir daquele momento até sua morte (2014) se tornou ativamente envolvido na ufologia.
Valery Dvuzhílny.
Em 3 de fevereiro, Valery Dvuzhílny subiu ao monte com vários companheiros. Caminhar foi difícil, uma vez que a profundidade da neve atingia meio metro. Mas em cima do próprio morro, no lugar da queda do objeto, não havia neve, simplesmente como se evaporasse. Os pesquisadores sentiram um forte cheiro de “algo químico”. Em meio da queda, a bola demoliu parcialmente uma rocha saliente, varrendo-a em pequenos pedaços.
Mas realmente não havia detritos de origem tecnológica. Ao redor foram encontrados pedaços espalhados de sílex, fortemente enegrecidos, rachados pelas altas temperaturas. Sobre eles, eram visíveis partículas de certo metal prateado, como que pulverizadas, em forma de pequenas esferas. Apenas um metro de distância da borda do local, estava o toco carbonizado: um lado se transformou em carvão poroso, queimando-se a madeira a um estado de puro carbono, o que não é característico de um incêndio florestal típico; o outro lado brilhava como se estivesse polido. Isto é, o toco derreteu-se, como se fosse incinerado por temperaturas de milhares de graus. Surpreendentemente, os arbustos restantes e árvores nas proximidades não sofreram danificações visíveis.
"Altura 611", local da queda do objeto, única foto restante.
Além dos mencionados respingos de metal, o cuidadoso estudo revelou umas misteriosas “bolinhas” (ou melhor, “gotas”) minúsculas de massa vítrea e uma espécie de “grelhinha” preta. Tudo foi confiscado para análises.
As bolinhas de metal e os pedaços da “grelhinha”.
Com equipamento mais sensível foram realizadas cuidadosos testes de radioatividade no local e das diferentes amostras, mas os valores não foram maiores do que o natural. Para encontrar grandes fragmentos, foram utilizados detectores de metais do exército, altamente sensíveis aos metais não ferrosos. Num raio de 500 metros a área foi literalmente varrida, metro por metro quadrado, na esperança de encontrar grandes pedaços do objeto que pudessem ter ricocheteado nas rochas, mas, infelizmente, sem sucesso. Foi utilizada a aerofotografia da montanha e áreas circundantes, mas nem com este método foi possível encontrar destroços. O objeto acionou um mecanismo de auto-destruição ou, apesar de tudo, escapou ileso?
O que descobriram os cientistas
O fenômeno de Dalnegorsk teve a sorte de não ser ignorado como uma mera ficção de turno. Especialistas sérios, candidatos e doutores de ciências de três centros acadêmicos e onze institutos de pesquisa científica, por vários anos estudaram escrupulosamente as 'evidências' deixadas pela bola alienígena no local do acidente.
A análise gerou um monte de perguntas e conjecturas… Para não aborrecer os leitores com sutilezas de física e química, compreensíveis apenas para os especialistas, citarei apenas uma breve lista de características detectadas pelos cientistas em torno dos objetos encontrados.
1. Bolinhas de metal
Eram de dois tipos: de chumbo e ferro.
- Ligas de chumbo (60 gramas). Continham diferentes quantidades de elementos, incluindo os metais de terras raras. O chumbo seria de origem terrestre, contudo, não do existente em Dalnegorsk, mas de outra jazida russa (ou seja, aqui vemos tecnologias desconhecidas usando matérias-primas terrestres). Quase todas as bolinhas tinham estranhos furos conduzindo para dentro.
- Bolinhas de ferro (15 gramas) de 2 a 4 mm de diâmetro. Elas não responderam ao tratamento com aço de ferramentas comuns, mas apenas com ferramentas de diamante. Quanto à sua composição química, um deles mostrou ferro e uma significativa impureza de alumínio, manganês, níquel e crômo; o outro era composto por ferro com tungstênio e cobalto. Além disso, a análise de raios-X mostrou que a distância entre os átomos de ferro estava “comprimida”.
Todas as amostras estavam magnetizadas, o que também foi surpreendente, pois, normalmente, as altas temperaturas removeriam as propriedades magnéticas dos materiais.
2. Terceiro tipo de amostras: “grelhinha”. Consistia em massa vítrea delicada de cor preta, com grande número de furos. Os resultados das análises quase enlouqueceram aos físicos e químicos.
Após as análises, A. Kulikov, especialista em carbono do Instituto de Química da Sucursal do Extremo Oriente da Academia de Ciências Russa, afirmou: "É impossível entender o que é. A estrutura assemelha-se ao vidrado, cujas condições de formação são desconhecidas, porém o mais provável é que algo assim poderia se formar a temperaturas extremamente elevadas".
A grelha era composta por materiais carbonosos com átomos de metal separados. Sua estrutura incluía carbono, zinco, prata, ouro, lantânio, praseodímio, silício, sódio, potássio, cobalto, níquel, ítrio, alfa-titânio, e muitos outros elementos. A uma temperatura de 2800 graus Celsius, alguns elementos foram perdidos, mas apareceram novos. Por exemplo, com o aquecimento sob vácuo desapareceram ouro, prata e níquel, mas apareceram molibdénio e sulfureto de berílio. Este último, contudo, desapareceu após cinco meses.
Nas amostras da “grelhinha”, filamentos de quartzo foram descobertos por microscópio, com uma espessura de apenas 17 microns. Em comparação, a espessura de um fio de cabelo humano é de 56 microns. Os filamentos, que se encontravam tanto isolados, como reunidos em várias dezenas, eram cuidadosamente enrolados em tranças. Mas, o mais interessante é que em um dos filamentos foi encontrado um fio de ouro passando por dentro.
Os especialistas deram uma resposta definitiva: tal tecnologia é impossível para nós, sendo o filamento pequeno demais para de algum modo inserir nele dois materiais diferentes com grande diferença no ponto de fusão. Os filamentos poderiam funcionar como uma espécie de microcabo, uma vez que o ouro é um conduto perfeito e o quartzo, um perfeito isolante.
Também foram realizadas as análises de plantas da "altura 611". Embora estas não sofreram nenhum dano visível por conta das temperaturas elevadas, contudo, tais danificações foram encontradas pelo microscópio.
O pesquisador Aleksandr Rémpel, que trabalhou com Valery Dvuzhílny e subiu mais de 100 vezes ao lugar do acidente, afirma: "Na parte leste do local do acidente encontra-se um arbusto de rododendro, a 30 centímetros de toco queimado. Sob o microscópio, [notamos] a destruição das estruturas celulares. A profundidade do impacto atinge até 70 por cento. As lesões foram feitas em vida, eram frescas. A observação anual mostrou que o lugar do impacto se cobre de nova casca e é muito parecido com o impacto sofrido pelos ramos de árvores na área do evento de Tunguska".
"Um impacto mais forte foi sofrido pelo toco, cujo tamanho era de 40 a 50 centímetros, localizado na borda do epicentro. A totalidade da sua massa foi inchada desde o lado da área, mas a parte voltada para o noreste permanecia completamente intacta e não tinha vestígios de efeitos térmicos. Foi incrível essa queima local, de apenas um lado. Um forte odor semelhante a produtos de destilação seca de madeira significava que o efeito da temperatura foi quase instantâneo, as temperaturas eram muito elevadas e o oxigênio no ar queimou instantaneamente até os limites da área. A temperatura era de aproximadamente 10 a 18 mil graus. O carbono, parte componente da madeira, se derreteu e fluiu como óleo, solidificando-se em forma de raias peculiares. A profundidade do impacto térmico, segundo a abertura de seções separadas, era de até 4 a 6 centímetros (...)".
Conclusões
1. Deixando de lado as versões de meteoritos, destroços tecnológicos de equipamentos terrestres ou raios globulares, os cientistas tiveram de assumir que, neste caso, se tratava de alguma espécie de sonda de reconhecimento, provavelmente, de origem desconhecida ou extraterrestre.
Deve-se notar uma característica importante da área onde ocorreu a queda. Pelos lados norte e sul a montanha 611 é cercada por duas falhas, a maior das quais, de origem triássica e com largura de dois quilômetros, corta Dalnegorsk de norte a sul, se alongando até o mar. Sabe-se que as zonas de falhas podem formar campos anormais reunindo componentes gravitacionais, eletrostáticos e magnéticos, cujos principais vetores estão em posição vertical. O poder destes campos pode ser aumentado com a atividade solar e os processos tectônicos, produzindo efeitos adversos em equipamentos eletrônicos e no corpo humano. Foi observado que tais lugares com frequencia são visitados pelos OVNIs.
Provavelmente, a possível sonda alienígena de reconhecimento já se encontrava em estado defeituoso e topou com a energia da falha meridional que se estendia de norte a sul através da cidade. Os sistemas de orientação e controle falharam, e a sonda, provavelmente, efeituou uma aterrisagem de emergência, destruindo parcialmente a rocha. Tentou escapar, mas, aparentemente, não conseguiu, acionando logo um sistema de autodestruição.
Anteriormente, supõe-se que o objeto enviou ao espaço um sinal de socorro na faixa eletromagnética, o que teria consumido quase toda a energia da sonda.
Ao mesmo tempo, o OVNI “registrou” o sinal sobre as rochas siliciosas, para que os seus possíveis parceiros pudessem encontrar a informação sobre o seu aniquilamento.
Foi a autodestruição que, provavelmente, teria excluído a possibilidade de o objeto cair nas mãos de terráqueos. A destruição ocorreu em cima do chão, a uma altura não inferior a um metro, a julgar pela falta da sinterização, apesar do calor. Não foram encontrados pedaços grandes ou planos. Provavelmente, a magnetização das rochas siliciosas ocorreu sob a influência de fortes campos magnéticos provenientes do OVNI.
2. Ao mesmo tempo, uma pequena quantidade de metal (apenas 70 gramas) dá razão para supor outra opção. Uma das testemunhas alegou que a bola teria se levantado, todavia, se dirigindo para o noreste. Talvez os seus destroços estejam nas profundezas da taiga.
A análise isotópica de chumbo mostrou que provém da jazida Kholódnenskoye, localizada no norte do Pribaykalye (arredores do lago Baikal). Portanto, as trilhas dos alienígenas vão para o Pribaykalye?
Yu. D. Pushkarev, doutor em ciências geológicas e mineralógicas, sugeriu:
"Os aliens poderiam desenvolver aqui uma mina para as suas necessidades (...)."
Existem relatos de testemunhas assegurando que duas semanas antes do evento de Dalnegorsk teriam avistado no lugar uma “bola” voando. Esta teria vindo do Baikal Norte, indo em direção a Primorye.
Os especialistas foram confundidos pelos furos queimados a distâncias iguais entre si nos folhelhos (rochas sedimentares de textura folheada) próximos de uma das jazidas polimetálicas locais.
"Os furos queimados são semelhantes ao efeito de um raio laser", afirma-se nas conclusões dos peritos. "A rocha sinterizou-se ao redor do furo até o estado de vidro. E nenhuma das empresas distritais não recebeu cromo de tal aspecto. Além disso, parte das amostras está fortemente magnetizada, o que é bastante difícil de explicar".
Então, a ideia de que os alienígenas poderiam fazer uso dos nossos metais, não está excluída. E se assumirmos que eles tomaram o nosso chumbo terrestre como combustível para as suas instalações propulsoras, supostamente, plásmicas, tudo se encaixa: da mesma maneira, nós não levamos conosco um tanque de gasolina para uma longa viagem, mas repomos as reservas nos postos de abastecimento intermediários. Naturalmente, é uma mera suposição. Compreender a estrutura e natureza desses materiais resulta impossível até agora.
3. Também existe outra sugestão, propondo a origem terrestre para a suposta sonda de reconhecimento. Neste caso, ao aparelho é atribuído o caráter de espião, supostamente pertencente a outro país. Mas, neste caso, como apareceu nos seus materiais componentes o chumbo das jazidas russas?
E por que outros OVNIs começaram a visitar ativamente a "altura 611" após o colapso do referido objeto?
Exploradores espaciais
Logo ocorreram novos acontecimentos, que não foram menos, ou até mais interessantes do que a queda do objeto sobre o monte.
Em 8 de fevereiro de 1986, ou seja, oito dias após a queda da bola, às 20h30, apareceram mais dois OVNIs sobre a altura 611. Aproximando-se do local do acidente, fizeram quatro voltas e desapareceram. Mas isso era apenas a “vanguarda”. E no ano seguinte, uma frota inteira dos OVNIs apareceu sobre Dalnegorsk.
No dia 28 de novembro de 1987, uma noite do sábado, apareceram sobre a costa leste de Primorye 32 OVNIs de vários formatos: cilíndricos, esféricos, discoidais, etc. Os objetos voavam em diferentes direções, passando sobre 12 assentamentos no total, pertencentes aos cinco distritos do leste da região. Os OVNIs moviam-se em silêncio, a uma altitude de 150 a 800 metros, contornando o relevo. Em Dalnegorsk, quatro objetos passaram sobre a "altura 611", outros três pairaram sobre a cidade e mais outros cinco iluminaram as montanhas ao redor. Com o seu aparecimento, desaparecia a imagem das tevês, a ligação telefônica e a rádio deixavam de funcionar. Uma das bolas pairou acima do centro de Dalnegorsk, e um raio violeta-azul, com um diâmetro aproximado de 50 cm, surgiu dela. Esse raio não se mostrou tão inofensivo: um homem parado no ponto de ônibus, ao ser atingido pelo raio, desmaiou e caiu. Quando voltou a si, tinha o rosto muito inchado.
Quero apelar ao importante testemunho do homem que estava investigando o fenômeno de Dalnegorsk por dever de ofício: Vladímir Zórev, oficial aposentado do KGB (Comitê da Segurança Estatal) da URSS e do FSB (Serviço Federal da Segurança) da Federação Russa, com formação técnica superior em engenharia mecânica. Passou a estudar fenômenos paranormais em 1987, impressionado com os acontecimentos de Dalnegorsk, escrevendo posteriormente o livro "Afora os extremos do mundo, da vida e da consciência".
Declarou Zórev: "Em 1987, eu estava trabalhando na seção de Dalnegorsk do KGB da URSS para o Primorsky Krai. Os eventos daquele ano causaram uma forte impressão em mim e ficaram gravados na minha memória".
Vladímir Zórev, oficial aposentado do KGB.
De acordo com ele, a “operação” dos OVNIs começou com o aparecimento de objetos esféricos."Parece que foram os exploradores, que tinham avaliado a situação e o ambiente e, em seguida, começaram a aparecer objetos maiores, em forma de disco. E após esses últimos, apareceu o objeto principal, que era um aparelho parecido com o ônibus espacial: fuselagem clássica, pequenas asas traseiras, os bocais do motor, seis em total, estavam dispostos horizontalmente. E também [tinha] janelas ao longo do bordo. Havia uma sensação de que ele tivesse coordenado as ações de toda a massa de objetos. Quando avaliamos a totalidade dos dados, não tínhamos escolha senão admitir que se tratasse de um reconhecimento. De Moscou veio a ordem de entrevistar testemunhas e fazer uma descrição completa do evento. Nosso objetivo era identificar as testemunhas e elaborar um relatório sobre o interrogatório, o que foi feito por nós".
Eis o que contaram as testemunhas oculares (cito apenas alguns registros).
Funcionários do Ministério do Interior (Ahmédov, Kústov, Lyubímov, Zhiváyev):
- Nós estávamos na rua às 23h30 e a partir de Goréloye notamos uma chama deslumbrante voando, em frente dela havia uma bola opaca, e no meio, uma bola vermelha.
Grupo de trabalhadores da pedreira da AIP (Associação Industrial de Produção) "Bor" (Bystryántsev, Anókhin, Grigóriev):
- Era por volta de 23h. Vimos um enorme objeto cilíndrico voar diretamente para a pedreira. Era do tamanho de um edifício de cinco andares, com um comprimento de aproximadamente 200 a 300 metros. A parte da frente era como de metal incandescente. Tínhamos medo de que objeto de repente caísse sobre nós.
Levakóv, chefe da seção da planta da AIP "Bor":
- Às 22h30, notei um brilho luminoso na janela e vi um grande objeto em forma de charuto, com uma vigia amarela no meio, flutuava lentamente a uma altura de 300 metros. Havia um rastro de vapor brilhante atrás. Sendo eu um ex-piloto, fiquei estupefato com isso. Estou familiarizado com a aerodinâmica, teoria e prática do voo, mas um corpo voando silenciosamente, sem asas e motores…
Márkina, educadora do jardim de infância:
- Eu vi uma bola de brilho deslumbrante a uma altura de edifício de oito ou nove andares. Movia-se em silêncio. Em frente da bola, havia um alongado objeto de cor metálica escura, de 10 a 12 metros de comprimento, que terminava em cone. Avistei claramente quatro janelas quadradas. O objeto pairou perto da escola № 27. Acima deste lugar, saiu dele um raio azul-violeta com diâmetro de 0,5 metros. A terra se iluminou, mas não havia sombras dos objetos. Em seguida, o objeto aproximou-se da montanha e pairou. Iluminou-a, buscou algo com a luz avermelhada do “holofote” e afastou-se, passando para trás da montanha.
Tipos de OVNIs, observados em 28 de novembro de 1987,
em desenhos feitos por testemunhas oculares.
Não faz sentido continuar com os testemunhos, pois são centenas deles. O interrogatório foi realizado em grande detalhe.
Vladímir Zórev também afirmou: "Por vezes, estamos atuando da forma absolutamente ilógica, procurando explicações complicadas para eventos simples. Temos observado o surgimento em massa de aeronaves, nenhuma das quais foi identificada como uma aeronave terrestre. O fato de não se tratar de uma alucinação foi provado documentalmente. Mas existe uma prova adicional: a avaliação de pontos de supervisão técnica das estações militares de radar, que fornecem uma imagem objetiva. Pelo conjunto total dos dados, vemos que temos observado uma visita dos OVNIs em massa e nada mais, nenhuma outra coisa".
E prossegue afirmando, "Os leigos pouco imaginam a profundidade de penetração de civilizações alienígenas no nosso mundo. Os militares conhecem muito bem esse problema. Para eles, realmente não há questão de existência ou não existência dos OVNIs. Simplesmente sabem disso.
Generais, coronéis e outros altos funcionários das instituições militares tratam o problema dos OVNIs com absoluta calma e absoluta adequação. Estão seguros, de uma forma clara e inequívoca, de que eles existem. E sua única tarefa consiste em absorver tudo o que for possível das suas tecnologias, conseguir aquilo o que você pode materializar em metal, em um produto que estaria voando da mesma forma como o que vimos".
Após o acidente de 1986, em Dalnegorsk, por vários anos foi observado o pico de atividade dos OVNIs. De acordo com testemunhas oculares, novos OVNIs vinham voando para esta cidade à beira-mar quase todos os meses, a maioria circulando sobre a "altura 611". Em tempos recentes, os OVNIs deixaram de visitar Dalnegorsk, mas o estudo da "altura 611" continua, e as amostras de metais recolhidas no local ainda são estudadas de forma abrangente com vista à utilização prática de tais ligas.
Isso é tudo o que sabemos sobre o acontecido há 30 anos na "altura 611", em Dalnegorsk.
Natália P. Dyakonova é filóloga e pintora profissional, pesquisadora e historiadora por inclinação. É colaboradora e correspondente de Via Fanzine e UFOVIA na Rússia.
- Tradução: Oleg I. Dyákonov.
- Imagens: Divulgação.
FONTE: http://viafanzine.jor.br/
Muito bom!!
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